quarta-feira, 20 de novembro de 2019

VIDAS - PERSONALIDADES - HISTÓRIAS



VIDAS - PERSONALIDADES - HISTÓRIAS

Sede de vingança
Ele era sempre o mesmo! O diabo em pessoa...
Naquele dia entrou na Educadoria diabolicamente enfure-
cido:
- Beja-me isto, Sr. Ecador... beja. Beja e resorba. O senhor
está aqui não é para outra coisa. Quero que bomecê me resorba
este plobrema e já!...
"Ordenar", era a forma que ele sempre usava para pedir um
favor fosse a quem fosse!
- Beja o que esta filha-duma-pucra me fez... beja. Mas eu
mato-a. Eu mato-a. Eu...
- ... você mata-a... já sei! Mas agora acalme-se e vamos lá
conversar como deve ser! Olhe que matar não é assim tão fácil
como você pensa! Que se passa? Ela foi-lhe infiel?
- Eu mato-a, Sr. Ecador! Já não posso mais... Há três noites
Que não drumo por causa dela... Ui s'eu à panho!!! S'eu à panho
mato-a toda... tão certo como eu estar aqui... seja ceguinho!...
Eu sabia que o diabo não era de ameaças e avisos. E, no dia
seguinte, matou-a mesmo!
Queimou um cobertor novo para matar uma pulga que o
mordera todo e, mais uma vez, não o deixara dormir aquela
noite.

Manuel Maia
in “Delinquência - Textos a Pretexto”

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