quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Deixem-me respirar devagar



Deixem-me respirar devagar
O ar puro da montanha.
Deixem-me beber água límpida
Das nascentes enquanto a há.
Deixem-me olhar o céu azul
E contar as estrelas do firmamento
Enquanto as posso ver.
Deixem-me correr e trabalhar
Por esses campos lindos
Enquanto tenho força para o fazer.
Deixem-me mostrar às crianças
Um mundo lindo
Enquanto ele ainda existe
E não é só história.
Deixem-me abraçar as pessoas
Enquanto ainda há amizade.
Deixem-me sorrir enquanto
Ainda existe alegria.
Deixem-me levar amor
A todos os corações
E dizer aos humanos
Que é preciso plantar essa semente
Que ela é o bem maior da humanidade
E a única que leva à plena felicidade.
Deem-me força para calar os que falam
De guerra, de maldade, de egoísmo
E capacidade para lhes mostrar
Que há tanto e tão bom para fazer
Em prol de um mundo melhor.
No final de tudo isto, se eu ainda existir
E tiver sido capaz de alguma destas
Coisas ter feito, subirei a montanha,
Respirarei o seu ar puro, beberei água das fontes
Límpidas nas nascentes, olharei o céu
E abraçarei as crianças para, com amor,
Lhes contar uma grande história.

Conceição Freitas

Sem comentários:

Enviar um comentário