BATE CÁ UMA SAUDADE
Às vezes “bate cá uma saudade”-
disse!
E eu engoli a lágrima para que ela
não sentisse
o tamanho da minha grávida dor!
Bate! Bate a saudade tão forte a cada
hora, em cada canto da casa,
nas árvores que se vestem e despem
sem ele vir…
É de manhã e à tardinha e à noite
quando me deito
e tenho o leito vazio!
São os pés que me arrefecem e sinto
aquele calafrio
de não encontrar a mão
nem a cabeça pousar junto do seu
coração…
Bate! Bate cá uma saudade!
Quando venho para a praia e não o
vejo à janela
com a toalha a acenar
Nem o seu olhar de luz eu tenho pra
me beijar.
Bate! Bate cá uma saudade quando
venho a conduzir
No lugar que ele ocupava! E eu ali ao
seu lado!...
Ai meu Deus quanta saudade eu tenho
do meu amado…
Donzilia Martins
in "Coletânea Galeria Vieira Portuense 2019"
Sem comentários:
Enviar um comentário