terça-feira, 13 de agosto de 2019

LAR DE ACOLHIMENTO


LAR DE ACOLHIMENTO

Visitei tantos lares que até já lhe perdi a conta
E um dia, uma criança abriu os braços e pediu colo,
Rapidamente cedi,
Ela apertou o meu pescoço e segredou ao ouvido,
E baixinho foi dizendo assim: Gosto muito de si!
E eu de ti meu amor e também de todos os teus colegas!

Nessa altura já todos agarravam as minhas calças,
Queriam colo e eu disse: calma, um de cada vez.
E se eu pudesse, levava todos para minha casa,
Onde ofereceria o que tenho para dar:
Paz, amor e pão e ensinava o perdão e o bem-estar.
E o respeito que todos devem dar e fazer com que
Em cada refeição, nunca falte o amor e o pão para comer.
E ao fim do dia sintam alegria;
Porque vai chegar o dia que todos começam a sonhar.

Se tu soubesses meu amigo,
Do sabor que isso tem,
Viajavas comigo
E ias ao encontro de crianças
Que não têm pai, nem mãe.

Vai amigo oferecer carinho,
Mas não remexas o passado,
Das coisas fúteis desgarradas.
Vá, não fiques sossegado, experimenta
E vai ao encontro das crianças abandonadas.

Por certo irias sentir o efeito,
Da dor que lhes vai no peito,
Não ter um colo, que lhes sabe muito bem,
Mas o pior ainda é não ter ninguém
A quem chamar Pai e Mãe.

Pedaços de alma...
Crianças de uma pureza sem igual,
Elas estão em todo o mundo,
Não é só em Portugal.

Vai amigo
elas esperam um porto de abrigo
e vão sofrendo uma dor,
Vai amigo, doa-lhes o teu amor.

Afinal nada é nosso,
Desprende-te a fazer o bem
Porque não há melhor amor no mundo
Que o amor da nossa mãe.

Fica pertinho e fala com elas, lado a lado,
Sobre o valor da vida, do futuro e da esperança.
Porque o melhor amor do mundo
Está no sorriso das crianças.

João Bernardo
in “Viagens Poéticas”

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