quinta-feira, 23 de maio de 2019

CALO-ME



CALO-ME

Calo-me
que permanecendo em silêncio
aprecio o leito de um rio seco
nuvens de fumo q'encobrem o sol
plásticos abandonados na praia.

Calo-me
e já cansado de ouvir disparates
encolho 'ombros feridos 'timpanos;
_ mas sorrio descuidado a estupores
arquivando 'revolta que há-de vir.

Calo-me;
_antes interrogo-me até quando?
- Volto a apreciar velho oceano
envolto numa tristeza imensa
ante o que 'Homem faz à natureza.

Calo-me?
Agora não - Solt'um berro tremendo
e empunhando com'arma a escrita
lanço a última e derradeira estocada
aos promotores dum fim anunciado.

Calo-me,
que nada mais me permito dizer.

Calo-me,
e já emudecido aguardo o final.

Cito Loio
09 a 14 Maio 2019

Sem comentários:

Enviar um comentário