CALO-ME
Calo-me
que
permanecendo em silêncio
aprecio o
leito de um rio seco
nuvens de
fumo q'encobrem o sol
plásticos
abandonados na praia.
Calo-me
e já
cansado de ouvir disparates
encolho
'ombros feridos 'timpanos;
_ mas
sorrio descuidado a estupores
arquivando
'revolta que há-de vir.
Calo-me;
_antes
interrogo-me até quando?
- Volto a
apreciar velho oceano
envolto
numa tristeza imensa
ante o que
'Homem faz à natureza.
Calo-me?
Agora não
- Solt'um berro tremendo
e
empunhando com'arma a escrita
lanço a última
e derradeira estocada
aos
promotores dum fim anunciado.
Calo-me,
que nada
mais me permito dizer.
Calo-me,
e já
emudecido aguardo o final.
Cito
Loio
09 a
14 Maio 2019
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