QUASE ADORMEÇO
Penso logo escrevo d'alma
vazia;
_ às vezes digo, outras
calo
e num filosófico toque
brusco
rasgo a obra,
desvalorizando-a.
- Folheio a Epopeia
valorizando-a
podendo até rimar com
fusco.
- Cai a noite ja canta o
galo
estranhamente q'a hora é
tardia!
Arrumo o caderno, e
sonolento
jogo prá secretária a
caneta.
- Retiro da cama o
cobertor
e deito-me sedento e
faminto
questionando a quem
minto!
- Ah, voava tivess'asas
de condor
tão rápido como um cometa
extinguido pra ia ou firmamento.
Instala-se o silêncio
absoluto
permitindo gargalhadas de
criança.
- Soletro, mundo pula e
avança
e outras coisas q'aqui
não aludo.
Tomba a cabeça e quase
adormeço
às portas dum futuro que
desconheço.
Cito Lóio
(Poema sem data nem
valor)
Lido por Maria Teresa
Lopes
Sem comentários:
Enviar um comentário