segunda-feira, 29 de abril de 2019

QUASE ADORMEÇO



QUASE ADORMEÇO

Penso logo escrevo d'alma vazia;
_ às vezes digo, outras calo
e num filosófico toque brusco
rasgo a obra, desvalorizando-a.
- Folheio a Epopeia valorizando-a
podendo até rimar com fusco.
- Cai a noite ja canta o galo
estranhamente q'a hora é tardia!

Arrumo o caderno, e sonolento
jogo prá secretária a caneta.
- Retiro da cama o cobertor
e deito-me sedento e faminto
questionando a quem minto!
- Ah, voava tivess'asas de condor
tão rápido como um cometa
extinguido pra ia ou firmamento.

Instala-se o silêncio absoluto
permitindo gargalhadas de criança.
- Soletro, mundo pula e avança
e outras coisas q'aqui não aludo.

Tomba a cabeça e quase adormeço
às portas dum futuro que desconheço.

Cito Lóio
(Poema sem data nem valor)
Lido por Maria Teresa Lopes

Sem comentários:

Enviar um comentário