A CHEGADA DO AMOR
Andei fugido do Amor,
demasiado tempo,
Fechando-lhe portas que
desejava abrir,
Receando enfrentá-lo,
Por não saber se alguma
vez o reconheceria.
Mas chegaste, por fim, e
contigo o trouxeste,
Numa noite fria de
Inverno
Que me aqueceu o coração,
E me mostrou que nada
tinha a recear.
Sorriste, apenas um
sorriso irrecusável e imperativo,
E meus os lábios
vacilantes esforçaram por sorrir também.
Hesitei perante a beleza
única daquele momento,
Receando que dele não
fosse merecedor.
Mostraste-me então um
amor muito falado
Para o qual nem sempre
encontro palavras,
Que te deixem
recompensada,
Provavelmente de um outro
amor necessitado.
Pedi-te as chaves do teu
coração,
Mas tu deste-me um
cadeado para o meu,
E deste então, já não
fujo mais.
Quando penso no passado,
Desejo que o futuro seja
agora, hoje,
Antes que os sonhos se
tornem ilusões,
E as memórias se escondam
no fundo de um qualquer baú,
Atirado para o sótão das
incertezas e dúvidas.
Andei fugido do Amor, é
verdade, demasiado tempo,
Mas quem espera sempre
alcança,
Não o deixarei partir,
jamais.
Nelson Neves
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