VEM EMBALAR
Vem embalar-me o sorriso
E deixa-me adormecer
Não trouxe a noite comigo
Ali vem a madrugada
Só ela me sabe ler.
Vem secar estes meus olhos
Devagar, assim, está bem.
Não destapes o meu peito
Tem agruras e pecados
Que eu quero adormecer.
Vem de manso, tenho pressa
Mas não de te ter aqui
São outros os meus sorrisos
São outros estes meus olhos
Não te espantes: sou assim...
Vem então, mas não me toques
Embala-me só, assim
No sorriso que me resta
Podes ver que a tua festa
Está mesmo a chegar ao fim.
Aida
Araújo Duarte
in “Limpidez Ausente”
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