SONETO V
Mãe, cortaram-me o cordão e fomos cada um para
o seu lado.
Eu, sem arreios, arroxeado perdi-me por aí,
E a mãe repetiu a sua crença
Nos meus olhos fechados ao nascer,
Onde semeou pedrinhas, perdida,
Para que as jogasse, grandes, à sua sepultura.
Mãe, cuida-me, mãe, baila nua.
Quanta vez houve lágrimas,
Diante de mim e dos castiçais
Noutro lugar em que se perderam as noites,
Para que a mãe as visse púrpuras.
Pedras, flores murchas, que são as únicas que
nós amamos.
Se houve mais do que isso,
Agora secam-me as pálpebras.
José Emídio-
Nelson
in BELEZA TOCADA
lido
por Céu Guedes
Peço desculpa, mas cada um dos 14 versos de um soneto tem de ter o mesmo número de sílabas e tem de rimar.
ResponderEliminar