quinta-feira, 22 de novembro de 2018

NÃO TENHO PALAVRAS



NÃO TENHO PALAVRAS

Não tenho palavras
Para descrever o grito,
Que em mim se desfaz
Um brotar de lava,
Soçobrando no apanágio
De por do sol incandescente.

Não tenho palavras
Para descrever a dor,
Trazida no turbilhão das ondas
Que me arranca lágrimas,
No fulgor duma oração
Gemida por inocentes no mar perdidos.

Não tenho palavras
Para explicar o meu sentir,
Perante atrocidades cometidas
Em nome da liberdade cativa,
Rios caudalosos de águas tingidas
De sangue inocente esvaído.

Não tenho palavras
Para explicar tanta injustiça,
Tanta desumanidade dura e fria,
Que grassa pelo mundo
Nos impede de abraçar,
E avançar para melhor futuro.

Como poderei Senhor
Apaziguar este meu coração sofrido,
Se sou apenas simples mortal
Impotente e inócuo,
Se não tenho palavras
Para pôr cobro à desventura,
E desarmonia que cobre o mundo.

Ester de Sousa e Sá

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