sábado, 25 de agosto de 2018

QUE ACÇÃO HORRENDA!



QUE ACÇÃO HORRENDA!

Dava eu o meu ser, tão livremente,
No asseio, no enfeite sem contenda:
Dava o suor que ofereci alegremente,
Quando triste recebi, ação horrenda.

Era a festa popular da nossa gente,
Num salão que humanitário vos prenda,
Quando a alegria, os sorrisos docemente,
Feneceram deparando ação horrenda:

Sobre mim caiu um dirigente (!)
Que arruaceiro grupo deu à cena:
Um amante da agressão, nisso exigente,
Deste pobre brutamontes tive pena!

Provocava p'ra agressão, fisicamente;
Por prazer inconsciente de armar tenda.
Gesticulava o ignorante que ódio sente,
Eu amansando procurava dar-lhe emenda.

Se não houvesse em mim calma aparente,
E fácil fosse em mim se abrir a fenda:
Andaríamos os dois raivosamente,
Enleados como cães. Que ação horrenda!

José Faria
Lido Maria Teresa Lopes

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