segunda-feira, 25 de junho de 2018

O MEU TRISAVÔ FERREIRO



O MEU TRISAVÔ FERREIRO 

Na cave um alambique,
o fedor a aguardente
espremida e embalada.
Os dedos arqueados
do trisavô António,
vergado pelo poder
do martelo e da bigorna.
O mata bicho
era ali à bica,
subindo à oficina
já não sentia
o calor da fornalha.
Alinhava enxadas,
foucinhas, gadanhos,
arados e grelhas.
E assim levava a vida
e sustentava tanta filharada.
Ao domingo fazia a barba,
penteava e encerava o bigode,
vestia o fato preto
e pedia a deus perdão dos pecados.

Maria Olinda Sol
Lido por Agostinho Costa

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