AS
PALAVRAS
São
como um cristal,
as
palavras.
Algumas,
um punhal,
um
incêndio.
Outras,
orvalho
apenas.
Secretas
vêm, cheias de memória.
Inseguras
navegam:
barcos
ou beijos,
as
águas estremecem.
Desamparadas,
inocentes,
leves.
Tecidas
são de luz
e
são a noite.
E
mesmo pálidas
verdes
paraísos lembram ainda.
Quem
as escuta? Quem
as
recolhe, assim,
cruéis,
desfeitas,
nas
suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
in “Coração do Dia, Mar de Setembro”
lido por Fernanda Rosas
As palavras servem para interpretar silêncios ruidosos e estridentes.
ResponderEliminarLindo poema! Beijinhos, Fernanda Rosas 🌹