REFLECTIR
Às vezes é preciso parar
E não paramos
Então a vida
Inesperadamente
Obriga-nos a parar
E nós paramos
Às vezes é preciso reflectir
mas não tempos tempo
Então o tempo
Inesperadamente
Deixa de existir
E nós vencidos reflectimos
Reflectimos
Na transparência das águas
Na acalmia do mar
Na serenidade de uma gaivota
Entregue ao seu mundo
Na silhueta de um barco lá ao fundo
Então
Somos tomados de repente
Por uma fé indescritível
E acreditamos piamente
Que agarrar nas nossas mãos o sol
Segurar a vida entre os dedos
É possível
Alice Queiroz
in “Sopros e poesia”
lido por Isabel Moura
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