MAR!
Mar!
Eu ajoelho perante a tua
imensidão,
a tua força, a tua
teimosia, o teu canto,
o teu encanto!
Mar!
Espelho meu, diz-me o que
vês?
O que vejo, digo-te eu...
Coragem, tenacidade, a
valentia,
de continuar a trazer
dia, após dia,
nas tuas marés, melodias,
sonhos,
carícias que lanças a
meus pés.
E a bruma, Mar,
que algumas vezes
tristemente te encobres,
não é mais do que um
manto protector,
para abrigar a tua alma
franca e nobre, .
das tormentas da vaidade,
ganância e desamor,
que proliferam em teu
redor
Mar!
Aqui te deixo meu preito,
em silêncio porque as
palavras
que enchem o meu peito,
às tuas vagas hoje vou
juntar,
nas lágrimas que a tua
emoção
da minha alma fez brotar.
Bendito sejas, Mar!
Alice Queiroz
in “Jardim de Afectos”
lido por Guida Dias
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