Recreios Campestres na Companhia de Marília
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como são cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros a brincar por entre as flores?
Vê como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta, as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores!
Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Ora nas flores a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira.
Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.
BOCAGE
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