quinta-feira, 29 de agosto de 2019

SOB O VENTO DA SOLIDÃO



SOB O VENTO DA SOLIDÃO

Sob o vento da solidão,
desabotoo os dias,
dispo as vestes da vontade,
fico nua na minha alma!
Arrasto o espírito pela saturação das ruas sem paz,
desencontro-me de ti nos atalhos invisíveis!
E fujo!
Fujo!

Respiro numa cadência inventada,
num pensamento asfixiado,
num vazio em que espero um milagre.

Retiro-me lentamente da lembrança,
suturo as veias de onde ela irrompeu
e arrefeço!

Fica-me este corpo mais pequeno,
outro desejo,
outra saudade...
Alastrando...

Ajusto-me à eternidade,
abraço-te no fim das horas,
Conto-te os segundos em que não existo!
Não existimos!

Goreti Dias
in “Poesia Pintada no Silêncio”

Sem comentários:

Enviar um comentário