SOB O VENTO DA SOLIDÃO
Sob o vento da solidão,
desabotoo os dias,
dispo as vestes da vontade,
fico nua na minha alma!
Arrasto o espírito pela saturação das ruas sem paz,
desencontro-me de ti nos atalhos invisíveis!
E fujo!
Fujo!
Respiro numa cadência inventada,
num pensamento asfixiado,
num vazio em que espero um milagre.
Retiro-me lentamente da lembrança,
suturo as veias de onde ela irrompeu
e arrefeço!
Fica-me este corpo mais pequeno,
outro desejo,
outra saudade...
Alastrando...
Ajusto-me à eternidade,
abraço-te no fim das horas,
Conto-te os segundos em que não existo!
Não existimos!
Goreti Dias
in “Poesia Pintada no Silêncio”
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