ARDE EM MIM A ESTRELA QUE FOI O TEU OLHAR
Arde em mim a estrela que foi o teu olhar, oferecida ao
âmago da minha essência destruída. Gotas de lua gravi-
tam nesta loucura estonteante e a alma que perdeu a cor,
o riso, estremece num alvoroço de anjos mortos.
Esperei por uns braços de Verão, pintei um dia de agosto
no meu ventre, mas vi morrer a cumplicidade silenciosa
de nossos dedos e de nossas línguas.
Não sei de ti, estranho-te o dia e a noite. Vagueio pelas
pérolas escondidas no fundo dos mares e roubo-lhes al-
gum nácar. Com ele, traço um caminho esquecido. As
algas surdas cobrem a desilusão do dia perdido.
Hoje já não te espero nem te encontro!
Goreti Dias
in “singularidades & etc.”
lido por Dionísio Dinis
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