QUANTO, QUANTO ME QUERES? — PERGUNTASTE
Quanto, quanto me queres? — perguntaste
Numa voz de lamento diluída;
E quando nos meus olhos demoraste
A luz dos teus senti a luz da vida.
Nas tuas mãos as minhas apertaste;
Lá fora da luz do Sol já combalida
Era um sorriso aberto num contraste
Com a sombra da posse proibida...
Beijámo-nos, então, a latejar
No infinito e pálido vaivém
Dos corpos que se entregam sem pensar...
Não perguntes, não sei — não sei dizer:
Um grande amor só se avalia bem
Depois de se perder.
António Botto [Casal de
Concavada, Abrantes, 1897-1959]
in “Marcelo Rebelo de Sousa - Os Poemas da minha vida”
lido por Lourdes Alegria
António Boto,o poeta do amor!...ousado,irreverente,enigmático existêncial!...(não duvido de que foi muito bem interpretado....parabéns á interprete pela escolha...parabéns ...Galeria!
ResponderEliminar