quarta-feira, 26 de setembro de 2018

SENTIDOS



SENTIDOS

Vejo a gratidão nos teus olhos
Sarapintados pelo céu atravessado
Na floresta por detrás
Do segredo que escondem
E me confiam.

Cheiro, mas não sinto nada:
Não sinto os odores industrializados,
Que em todos consigo.
És simples como uma folhagem branco,
Deveras opaca.

Ouço uma melodiosa cantilena
De palavras sãs e verdadeiras
Fabricadas no momento
Sem se encruzilharem
Numa rede sem senso

Toco-te, sinto arrepios
Não de frio são inexplicáveis.
É como se fosse a primeira vez
Inoportuna e sem aviso
Que me tocavam.

Saboreio tua companhia
Tão rápida no movimento das horas,
Os sabores do teu coração
Que não precisam de ver, cheirar, tocar, ouvir ou saborear
Para saberem que és um bom amigo.

Raquel Sofia Vaz
in “Poemas Soltos”
lido por Isabel Moura

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