sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

É ao fim da tarde


É ao fim da tarde
que as horas correm...
Correm velozmente
como se fossem gente
ansiosa por voltar a casa.
Acendem-se as luzes
e apaga-se a escuridão,
Abre-se o correio que
chegou
Põe-se a mesa e contam-se
os talheres…
Verifica-se se, para todos,
chega o pão
Fecham-se portas e janelas,
não vá entrar por alguma
delas
quem arranque o nosso
pedaço de chão.
É ao fim da tarde
que a vida anoitece de
repente,
e as horas correm
velozmente.
Ao pensamento, chegam as
memórias
do que se disse e do que não
se fez…
Matam-se os minutos um de
cada vez 
e sentimos mais forte o medo
da escuridão.
É ao fim da tarde, ao
anoitecer
que temos mais vontade de
viver,
de sorrir, de construir, de ser
feliz…
É no regresso ao nosso lugar
que fustigamos a noite
e construímos muitas
madrugadas
porque nelas ainda mora o
sonhar,
e a vontade de crescer, sorrir
e ficar
É ao fim da tarde, que somos
eterno raio de sol pronto a
renascer.

Lourdes dos Anjos
fevereiro de 2016

lido por Irene Silva

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