AMANTE
Poder-se-à viver sem ser
amante?...
de mulheres que nos
toldam os sentidos
viver céus de paixão em
cada instante
roubar véus de mares qual
navegante
que voga no doce embalo
dos gemidos?
Que sobra da lembrança no
cair da vida
senão entregas convulsas
de amor?...
as mãos, os olhos, a pele
que nos convida
à posse sempre ousada e
destemida
que se perpetua no
desenho do rubor...
... dos lábios envolvidos
dos abraços
o romper da carne ardente
de desejos
segredos segregados nos
regaços
na troca da saliva de mil
beijos.
Pudesse eu sofrer sempre
a febre de te ter
vivendo no sabor deste
pecado
no prazer que me envolve
de nudez
chegada, um dia, a hora
de morrer
saber que também tu
morres a meu lado
das ânsias de nos amarmos
outra vez.
E minha alma então livre
deste mundo
correria alada por sóis e
universos
do mais alto reino ao
veio mais profundo
procurando como um facho
vagabundo
unir amantes
almas
errantes
amores dispersos…
lido por António D. Lima
Arnaldo Silva
in “Talvez Amor”
Sem comentários:
Enviar um comentário