ORÁCULO
Há versos perfeitos aonde
as sílabas se diluem numa claridade de humana ilusão
Dorme a infância
O presente é a tentadora
surpresa de um ponto mais além na linha do horizonte
Tardam as palavras em
chegar
Confrontam-se cúmplices
emoções com cheiro doce e demorado.
O texto invade as mãos
como um laço e a conversa flui em natural mutação.
Surge o poema.
Elegemos cores de um
quadro a preto e branco e somos espelhos da nossa
própria verdade.
Fazemos o caminho, nosso,
numa configuração de sons em que navegamos
devagar
Fingimos um tempo impune
Soletramos excessos
Desrespeitamos regras nos
cânones de um chá morno de outono.
Celebramos os corpos na
noite, despindo gestos.
Os estilhaços do tempo
marcam a alma com notas vibrantes
de uma sinfonia conhecida.
Voltamos às coisas
vulgares da vida deste e de outros dias
com a
cidade a calar segredos.
Num equívoco racional
tropeçamos em passo incerto num universo
quase do avesso...
Convidamos o futuro num
sonho simples.
Tomo o corredor do sono e
desfilo pela luz em arritmia compassada....
sem voz...sem sul..
M.MANUELA CALDEIRA
X.2015
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