quinta-feira, 22 de outubro de 2015

ORÁCULO


ORÁCULO

Há versos perfeitos aonde as sílabas se diluem numa claridade de humana ilusão
Dorme a infância
O presente é a tentadora surpresa de um ponto mais além na linha do horizonte
Tardam as palavras em chegar
Confrontam-se cúmplices emoções com cheiro doce e demorado.
O texto invade as mãos como um laço e a conversa flui em natural mutação.
Surge o poema.
Elegemos cores de um quadro a preto e branco e somos espelhos da nossa
própria verdade.
Fazemos o caminho, nosso, numa configuração de sons em que navegamos
devagar
Fingimos um tempo impune
Soletramos excessos
Desrespeitamos regras nos cânones de um chá morno de outono.
Celebramos os corpos na noite, despindo gestos.
Os estilhaços do tempo marcam a alma com notas vibrantes
de uma sinfonia conhecida.
Voltamos às coisas vulgares da vida deste e de outros dias
com a cidade a calar segredos.
Num equívoco racional tropeçamos em passo incerto num universo
quase do avesso...
Convidamos o futuro num sonho simples.
Tomo o corredor do sono e desfilo pela luz em arritmia compassada....
sem voz...sem sul..


M.MANUELA CALDEIRA X.2015

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