quinta-feira, 21 de maio de 2015

TRÁS-OS-MONTES


TRÁS-OS-MONTES

Eu trago a alma cheia dos teus olhos
Que são fragas e montes duros de roer
Pelas vertentes alcantiladas dos abrolhos
Descem e sobem vidas cansadas de sofrer.

Perco-me na saudade das giestas em flor
Dos lilases das urzes, esteva dura e forte
Para lá dos montes, todo um céu de amor
Para cá da serra sofrimento e morte.

És máscara negra quando o Estio queima
És canseira e pão que em trabalho teima
Fazer brotar do chão árido a semente.

Ah! Quem te houvera dado essa altiva fronte
Te fizera nascer água cristalina dessa fonte
Que é vida, saudade e alma sofrida de gente.

14/05/2008

Donzilia

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