TRÁS-OS-MONTES
Eu
trago a alma cheia dos teus olhos
Que
são fragas e montes duros de roer
Pelas
vertentes alcantiladas dos abrolhos
Descem
e sobem vidas cansadas de sofrer.
Perco-me
na saudade das giestas em flor
Dos
lilases das urzes, esteva dura e forte
Para
lá dos montes, todo um céu de amor
Para
cá da serra sofrimento e morte.
És
máscara negra quando o Estio queima
És
canseira e pão que em trabalho teima
Fazer
brotar do chão árido a semente.
Ah!
Quem te houvera dado essa altiva fronte
Te
fizera nascer água cristalina dessa fonte
Que
é vida, saudade e alma sofrida de gente.
14/05/2008
Donzilia
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