quarta-feira, 25 de março de 2015

Eram brancas, outrora, as andorinhas


Eram brancas, outrora, as andorinhas,
como a cal ao luar,
como o sal das marinhas.
Eram brancas, outrora, as andorinhas,
brancas as suas penas,
brancas como açucenas,
como a toalha da altar.

Eram brancas, outrora, as andorinhas,
tão brancas como flores de laranjeira,
ou flores de amendoeira…

Eram brancas as meigas avezinhas!...
Eram tão brancas… como os lírios brancos.
Eram brancas de neve as andorinhas!

………………………………………..

Só depois da tragédia do Calvário
a que as pobres, transidas, assistiram,
só depois desse drama extraordinário,
de preto se vestiram.

Viram morrer o Salvador do mundo!

Viram bem tudo, e como se passou,
diante do escárnio vil de um povo bruto
que esta cena p’ra sempre lhes ficou
e nunca mais despiram o seu luto!

Ludovina Frias de Matos
Lido por Maria Augusta da Silva Neves

Sem comentários:

Enviar um comentário