sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

EFEMERIDADE


EFEMERIDADE

Era um pontinho luzente
Que, no meu deslumbramento
Julguei estrela cadente
A bailar no firmamento
Envolto no nevoeiro
Vai descendo lentamente
Para mim era um luzeiro
Que queria sempre presente
Ao descer, se me afigura
Uma gota cristalina
Era uma lágrima pura
Vinda da face divina

Essa lágrima tão bela
Eu a quisera guardar
Para poder fazer dela
A pérola do meu colar
Mais próxima agora parece
Libelinha prateada
Com que leveza estremece
As asas feitas… de nada!
Está quase ao meu alcance
Mas não se deixa tocar
Tem a cor do diamante
Ainda por lapidar

E o pontinho reluzente
Distante, suave e breve
Baila aqui à minha frente
É um floco de neve
Deixa-me um sopro gelado
Na palma da minha mão
Escorre entre os meus dedos
E morre… ao cair no chão!

Maria Augusta da Silva Neves

in “Turbilhão de Emoções”

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