quinta-feira, 20 de novembro de 2014

QUANDO EU MORRER!



QUANDO EU MORRER!

Quando eu morrer,
vou sentir falta
do Sol, do mar,
do barulho das ondas
contra as rochas
e de as ver quando se desfazem
e se espraiam pela areia,
dos rios e do murmúrio das águas
correndo pela regato.
Do chilrear dos pássaros
e do esvoaçar das aves,
do verde das árvores
dos prados e dos campos,
do aroma e dos tons das flores
e do arco-íris de sete cores.

Vou sentir falta de todos os livros que não li…!

Quando eu morrer,
já que irei
(segundo dizem),
para o descanso eterno
gostaria de levar comigo
esses livros que não li.

Mas, para prevenir,
teria também que levar papel,
muito papel
E canetas quanto baste,
não fosse dar-me a vontade
e o impulso
de escrever.
(Poderia acontecer…!)

Passaria então a ler,
já descansada,
na morte matando o tempo
- uma eternidade…!
matando o ócio
numa leitura
para me entreter.

Teria finalmente…
no meu fim,
esse prazer…!

Ana Maria Roseira
in “I Antologia Poética – Indivisíveis Emoções”

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