sábado, 25 de outubro de 2014

AMARRADOS AO CAIS DA SOLIDÃO NA ILHA DOS FALA-SÓS



AMARRADOS AO CAIS DA SOLIDÃO
NA ILHA DOS FALA-SÓS

Venho cantar
Em verso
A escumalha do universo:
As putas,
Ditas cabras;
E os chulos,
Ditos cabrões;
As ladras,
E os ladrões;
Os homicidas,
Infanticidas,
Parricidas,
Naturicidas
E outras coisas parecidas;
O vagabundo,
Refractário ao trabalho,
Vagueando de lado para lado,
Pois seu lar é o mundo;
O parasita
Da mulher,
Da sociedade,
Do estado,
Ou doutra coisa qualquer,
Inclusive, do parasita do lado.
Também quero cantar
Todo o tipo de tarado:
O tardo mental,
Sexual,
Etc e tal;
A todos eles presto
Minha homenagem sentida,
Porque são eles que dão
Um certo sentido à vida!
Então não é por estes tantos
Que, “a contrario senso”,
Existem os Santos?
Não é por eles, penso,
Que existe a Justiça?
“À quelque chose malheur est bon!”
Passe o absurdo desta premissa
E a falta de rigor da expressão
Mas se eles existem…
Para alguma coisa são!

Manuel Maia

Sem comentários:

Enviar um comentário