sábado, 25 de outubro de 2014

À MINHA RAFAELA



À MINHA RAFAELA

Ontem eras a menina
por quem, no Alentejo, teu pai sofria.
Eras cotovia, canção, nostalgia,
o viçoso botão de rosa do meu jardim.
Por ti andei quilómetros negros sem fim,
para te ver, conduzi até meu corpo desfalecer.
E lá em casa tu preocupada porque
“o melro morreu”.
Cartas, postais, abraços chiadinhos
tudo eram recordações da minha menina.
Depois cresceste e na escola, em casa e
no mundo já segues teu rumo certo.
Hoje és mulher!
És força, dinamismo,
vento que vai aos quatro cantos do mundo e
sinto que corre em ti o meu sangue
que te ferve nas veias.
E se algum dia o sol não te brilhar
e tudo te parecer nublado, cinzento e frio
lembra-te que esta vida batalha não é
mas uma guerra que ganhará a resplandecer
nesse teu firme e sereno caminho…
Acredita!...
O amanhã te sorrirá…
Sabes uma coisa?
Gosto de ti!

Melgaço, 1 de Março de 1995
Toniantónio

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