AMADOR
SEM COISA AMADA
Resolvi
andar na rua
com os
olhos postos no chão.
Quem me
quiser que me chame
ou que
me toque com a mão.
Quando a
angústia embaciar
de tédio
os olhos vidrados,
olharei
para os prédios altos,
para as
telhas dos telhados.
Amador
sem coisa amada,
aprendiz
colegial.
Sou
amador da existência,
não
chego a profissional.
António
Gedeão
in “Poemas Escolhidos”
lido
por Maria Augusta da Silva Neves
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