sábado, 9 de maio de 2020

Manuela Caldeira



25 ABRIL 2020

Meu canto. Uma guitarra portuguesa.
Dedilhada no sangue até doer.
Doze cordas de mágoa e de tristeza.
E a pátria toda inteira por haver.

Por ela ergo a pena. E não me rendo.
E não me calo. E solto os meus cavalos
que a trote ou a galope vão correndo
sem que nada ou ninguém possa amarrá-los.

E vingo a minha rosa. A minha espada.
O poeta não dorme quando há tanto
desengano na pátria amordaçada.

Não é a doce voz. Não é o pranto.
Nem flor de verde pinho desbotada.
A luta do meu povo é o meu canto.

JOAQUIM PESSOA,

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