quinta-feira, 21 de novembro de 2019

O CABO DE AÇO



O CABO DE AÇO

Ao cabo de aço o que lhe faço?
Do Oriente partiram caravelas
Carregadas de metal.
Do Brasil igual.
Níquel, prata, ouro.
Luz fria o branco, prata,
Quentes os amarelos, valor sem igual.
Cobres e latões
Fruto de transformações.
Vida de ferro; Valor.
Origens de fogo; amor.
Metais, metais só música.
Outros que tais
- longos ou curtos-
negros de cor, até dobrados,
Deitados ou erguidos
Na cidade de betão perdidos.
Ao Cabo de aço o que lhes faço?
Ao cabo faço as linhas
do teu coração, ou fios de ouro
Para o teu pescoço.
Fios finos entrançados
Belos!
Brancos ou dourados.

Luís Pedro Viana
in “Coletânea Galeria Vieira Portuense 2019”
lido por Ângela Loureiro

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