54 ANOS DEPOIS
Fez 54 e quatro anos que
parti
Num cruzeiro que me foi
oferecido
Eu, contra a minha
vontade não o recusei
Porque tal não me era
permitido
Na viagem imaginei bons
hotéis
E belas salas de jantar
Meses, foram vinte e seis
Com visitas a vários
lugares
De tudo vi e, aos poucos
Apreciei muito, tanta
beleza
Mas encontrei muitos
colonos
Com falta de delicadeza
Sois carne para canhão
Diziam os bons
Samaritanos
Eu pensava então
Porque defendemos estes
fulanos!?
Vi muito fogo-de-artifício
Que tudo estremecia ao
rebentar
Era o fim ou o princípio
Dos que tinham sorte ou
azar
Prometi a minha mãe o meu
regresso
E fi-lo, mais sábio, e da
vida com outra visão
Para mim foi o começo
De reconhecer o mal desta
pobre nação
E é nesta imensa revolta
que sinto
De os soldados mortos não
serem respeitados
Ainda no presente eu
grito
Devolvam os combatentes
tombados.
Foz
do Douro 09 de Fevereiro de 2019
António
D. Lima
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