O
MAR
MEU
QUERIDO AMOR
Hoje
resolvi escrever esla carta, na qual. não coloco data; porque assim estará
todos os dias actualizada!... Se por um lado o tempo para ti não conta nada,
para mim tem sido muito complicado, tem um ano. não nos encontramos e tenho
andado triste e amargurado, porque quem ama sofre, quem ama, gosta de estar
pertinho aquecer, e nunca deixar o amor a destilar, como está acontecer. Eu já
sofri demais, ver-te também submetida ao silêncio e até parece que já não me
amas? Ou serei eu com um certo jeitínho estarei amar pelos dois? Ai meu amor,
aqueles momentos bons e maus em que estivemos juntos, trocamos galanteio e
dentro do teu seio, foste sempre muito segura de ti, nos nossos diálogos, ias
dizendo o quanto sofrias, veres outros povos a te querem conquistar e dizias
estar comprometida e lentamente declaraste, que eu era o amor da tua vida.
Meu
querido amor, lembras-te daquela manhã, talvez umas cinco horas, já eu te
levava, e para nós, não havia margem, não havia nada; chegamos há barra e ia
para te dar um beijo na boca e verifiquei que estavas a enrolar a língua, como
querendo sufocar e vime em dificuldade para a destravar e o pior ainda, foi
quando olhei para trás e vi, o motor do nosso carro a trabalhar em seco, e a
largar fumo. aí o meu coração quase parou e disse para mim: é agora que aqui
fico? Mas Deus é grande e lentamente saímos dessa aflição; mas um pouco mais há
frente, vi que estavas trapalhona a falar, dizias coisas tão loucas e assim, era
impossível voltar a unir as nossas bocas. O teu ondulado, irregular, era
péssimo e nem sequer permitias que eu amaciasse as ondas dos teus cabelos;
nessa situação, cheguei a pensar abandonar-te! Mas como é que um grande amor
pode desistir assim? Ai amor, tanta teimosia de tua parte; mas eu, ó, ó, fui
mais casmurro e teimoso do que tu e levei a minha avante e ainda bem, porque
dali em diante ficaste mais amena e suave. Falaste-me das gaivotas e dos poetas
e de outras coisas tão reais e eu mudo e calado, fui ouvindo, ouvindo,
receptivo a ouvir cada vez mais! Achaste estranho, esse meu silêncio;
espicaçaste-me até que desabafei: Olha amor, eu não sou nenhum poeta, pura e
simplesmente, descobri que as palavras rimadas, querem acantonar-se dentro do
meu ser e eu como já não as seguro, tenho de as escrever!.. Ao ouvires este meu
desabafo, ficaste espantada e não me deixaste vir embora sem a resposta
desejada;
OLHA
JOÃO, AGORA VAI OUVIR, PORQUE ME APAIXONEI: COMO SABES, HÁ MUITOS POETAS QUE
SABEM DA MINHA GRANDEZA E OUSAM ESCREVER, SOBRE O MEU INTERIOR, A MANEIRA DO
MEU SER, DE ME EXPANDIR E RECEBEM DE MÍM A INSPIRAÇÃO E A MINHA CORRENTE
ANIMADORA! COMO PODEM ELES FALAR DE MIM,.. SE SOU DOCE, OU MÁ? SE CAUSO
DESGOSTO AOS POVOS? E DEPOIS FAZEM FRASES BONITAS, LINDAS E FEIAS, FÁCEIS E
COMPLICADAS! COMO PODEM ESCREVER TUDO ISSO, SEM NUNCA TEREM EXPERIMENTADO
ENTRAR NAS MINHA ENTRANHAS?
Sabes
meu amor, tenho-te guardado no meu silêncio, as palavras que são difíceis de
explicar e de cada visita, que faço, haveria uma nova história para contar.
Entretanto, continuarei a proclamar bem alto, para todo o mundo ouvir que
continuas a sorrir e agradar, para que sejas o meu maior amor que és tu Ó MAR
João Bernardo
Sem comentários:
Enviar um comentário