sábado, 23 de junho de 2018

DIVAGAR PELA MINHA MENTE



DIVAGAR PELA MINHA MENTE

Acordo cansado de tanto dormir
Desperto, durmo...
Porque o tempo!
Jamais será o mesmo que sonhei
Porque nas entranhas da minha mente,
rastejei
Em momentos únicos, errei
Morri, mas ressuscitei
A corda que prendia o meu pescoço
Estava amarrada a árvore
Na qual temia a minha morte
Pois a vida enfraquecida
Já não era mais temida
Pois que pela árvore que morria
Já não queria mais a minha sorte

Caído num sono profundo
Sonhei o que não queria
Um ser imundo, sem dó
Nem dolo, nem mundo

Nas ruas recalcadas, pisadas e mortas
Fui bater a todas as portas
Onde a morte que fugia
A minha frente corria
Gritando, esperneando-se
Como quem corre a deriva
Sem norte
Eu, do túmulo frio
Me levantei
Ergui a minha espada
Para ser Rei

José Guterres
in “O Poeta Perdido”

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