FALAR DO PORTO
Ai se eu fosse pintor
De ti meu Porto, belo poemapintaria
Com tela, tinta, pincel e amor
A tua tão bela história, contaria
As tuas ruas estreitas, vielas e calçadas
Poetizava-as na minha tela
Com as casas desalinhadas
E sardinheiras, em cada janela
Vestia-te com novos jardins
Com cores alegres e vivas
Replantava as rosas e jasmins
Que usurparam das tuas avenidas
Dos Clérigos e da Sé
Vejo o teu belo casario
Uma parte da história que daquise vê
Desce as escarpas até ao rio
E do alto dos Miradouros
De S. João e S. Catarina
Vêem-se os teus belos tesouros
Nobre e Leal Cidade, que és minha
Carinhosamente o Douro é afagado
Pela Ribeira, Miragaia, Cantareira
Infindas histórias têm o teu passado
Tantas são, como asdesta cidade tripeira
À tua cinzenta cor granítica
À bruma do teu alvorecer
Escreveria com tinta acrílica
Amo-te, mesmo depois de eu morrer
António D. Lima
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