sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

OBRA-PRIMA



OBRA-PRIMA

Erguem-se majestosos choupos nas margens do ribeiro,
Enfrentam rajadas do vento Norte com ousadia,
Às terras húmidas se agarram tenazmente,
Alimentam as raízes profundas na fonte da vida.

O canto trinado do rouxinol me encanta,
Num galho de choupo encarrapitado, se faz ouvir
Acima do gorgolejar das águas cristalinas,
Tal tocador de flauta encantada,
Sua música festiva minha alma carente anima.

Espraio o olhar pelos campos em redor,
Semeados de boninas ou margaridas do prado,
Que intercalados de tremoço bravo,
São um regalo de cor para os olhos,
E fazem tela da natureza verdadeira obra-prima.

Ouvem-se chocalhos na lonjura,
O gado pastoreia pelos vales na pacatez do dia,
Do alto toca as trindades o sino da ermida,
São bálsamo para minha alma rendida.
Bendita esta paz que se respira!

Ester de Sousa e Sá
in “O meu Sentir”

Sem comentários:

Enviar um comentário