DOIS
POEMAS DO SONHO
Quando
as pálpebras caíram nos diversos
recantos
da cidade,
cada
vagabundo só se conhecia a si mesmo,
à
sua miséria e ao seu desgosto da vida.
Mas
o vento fustigou-os indiferentemente
e
a chuva ensopou-os a todos da mesma
maneira
inóspita e miserável.
E
o sonho subiu e juntou-se ao ar.
Cada
velha sinfonia se desflorou numa nova
sinfonia.
A
chuva secou nos fatos e as lágrimas nos
olhos.
E
quando as pálpebras se ergueram nos
diversos
recantos da cidade;
todos
os vagabundos se conheciam
e
sorriam uns para os outros.
Mário
Dionísio
Lido
por José Carlos Costa
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