EM DESALINHO
Em mim já não pulsa mais
o frémito
das coisas por nomear e
eu terei de partir
perdidas em meu corpo,
como se perde o peixe esbatido
no dorso das vagas, todas
as ânsias que me vestiram em segredo…
E quem vier não conhecerá
as irregularidades,
os labirintos por onde me
perdi, os atalhos por onde me arrisquei
erguendo solene e
crepitante a voz que não se emudecia...
Quem vier não conhecerá
como me perdi de amores,
como me despi em
desalinho, como foram enormes
os sonhos que teci rentes
à linha do mar
como enormes foram as
noites de solidão e de amor...
Em mim uma outra será
quem sou e esquecida
como se tivesse
adormecido o vendaval que fazia evolar
o perfume do jasmim, das
acácias, da verbena e do tomilho
ficarei esperando..
.talvez alguém venha noite dentro
trazer-me de novo os
perfumes voláteis que se haviam dissipado
talvez alguém saiba
trazer-me de novo as coisas por nomear
o brilho canforado das
estrelas que um dia me trouxeram ousar...
Eu acho que ainda saberei
usar o meu longo véu rasgado
E partir de novo buscando
tudo num outro lugar...
Mas se não vier também
saberei assim estar...
Acilda Almeida
Muito linda tua poesia ! Com letras reunidas descreves a vida e as paixões! Parabéns!
ResponderEliminarMuito linda tua poesia ! Com letras reunidas descreves a vida e as paixões! Parabéns!
ResponderEliminarBela,linda,tem na tua poesia um misto de ausência é um tanto desesperança!
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