MARIONETA
Queria ser, da beleza,
do amor, a poetisa;
Queria que o mundo não
esquecesse;
Na aridez, ser leve
brisa
Que em encanto tudo
envolvesse!
Alegre, espalhar
Felicidade
Com ternura, numa
memória sem idade!
Ir pelos caminhos,
pelos montes, os trigais
Guardando no mesmo
abraço,
Os pobres, as crianças, todos os mortais!
Queria oferecer doce
vinho, mel e ambrósia,
Nos meus versos
carregados de poesia
E correr ao vento, nos
pinhais,
Saltitando de ramo em
ramo
Como, em toda a
Primavera, os pardais!
Dar a todos amor,
ternura,
Que na terra só
houvesse ventura,
Que todos fossem tudo
e iguais!
Queria que não
houvesse demónios,
Não houvesse Inferno;
Fosse sempre Primavera
ou Verão
E acabasse o
Inverno...
Não mais haver frio
nem fome
E aquele horror sem
nome
A que todos chamam
miséria!...
Maria
Irene Costa
in
“Silêncio Branco”
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