À BEIRA-DOURO
o meu pensamento à
beira-Douro transborda cardumes
na Praça do Cubo
entranço as pernas e deixo nascer o desejo
de ser não eu, de alma
enroscada no rio,
mas outra poetisa
ruiva e louca
desgrenhando versos no
azul fluido das margens
comendo azeitonas
verdes com a cor do olhar
que dirige aos homens
que passam
vagabundos como ela de
países e almas
desancorados de
promessas ou amores contingentes
Jacinta
Quelhas
in
“Porto, Cais de Todos os Rios”
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