quarta-feira, 27 de setembro de 2017

À BEIRA-DOURO


À BEIRA-DOURO

o meu pensamento à beira-Douro transborda cardumes
na Praça do Cubo entranço as pernas e deixo nascer o desejo
de ser não eu, de alma enroscada no rio,
mas outra poetisa ruiva e louca
desgrenhando versos no azul fluido das margens
comendo azeitonas verdes com a cor do olhar
que dirige aos homens que passam
vagabundos como ela de países e almas
desancorados de promessas ou amores contingentes

Jacinta Quelhas

in “Porto, Cais de Todos os Rios”

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