VIA-SACRA
Nem
só o Cristo foi crucificado!
Também
eu tenho suportado,
Um
pouco, o peso dessa Cruz
Madeiro
que não seduz
Tão
difícil é o seu porte
No
duro caminho para a morte!
Condenado,
Desterrado,
Espezinhado,
Prostrado
Sob
o lenho,
Se
me quero sentir ajudado
Nos
revezes,
O
recurso que tenho,
Muitas
vezes,
É
cantar como um carro carregado!
É
pedir o alento dos meus passos
À
coragem dos meus versos
Que
de estação em estação
Vão
ficando dispersos
No
íngreme percurso do Calvário
E
são o santo sudário
Do
meu rosto amargurado,
Ferido
e desamparado
No
chão da caminhada.
Como
auxílio que emprestasse ao próprio corpo
A
sombra por ele mesmo projectada.
S.
Salvador, 1965
Flávio
Capuleto
in
“Mensagem”
lido
por Lúcia Martins
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