O
LUGAR IDEAL
Não
há um lugar ideal para amar.
Não
há um momento propício para demonstrar o amor.
O
nosso podia ter acontecido numa simpática esplanada de uma
estação
de serviço,
numa
manhã de sol,
perante
o olhar embasbacado dos que não amam,
dos
que não sabem o que é o amor.
Aqueles
que não entenderam porque, naquela manhã, eu e tu
tínhamos
um semblante que transbordava felicidade!
A
tua cabeça levemente apoiada no meu ombro,
as
mãos dadas,
os
sorrisos cúmplices,
a
minha mão apoiada nas tuas pernas,
os
olhares de malícia,
a
recordação das loucuras da noite anterior,
porventura
as marcas deixadas na rua pele,
e
na minha pele.
O
ar de satisfação de ambos.
Ali,
o nosso beijo demorado,
sem
tempo e sem pressa,
alheio
aos olhares de reprovação (ou seria inveja?).
selava
mais um momento de amor,
do
nosso amor,
de
um amor sem lugar,
sem
tempo,
sem
limite.
Cândido
Arouca
in “O
Amor não pára p’ra jantar”
lido por Graça
Silva
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