quinta-feira, 1 de junho de 2017

O TEMPO DAS CEREJAS


O TEMPO DAS CEREJAS

É no sublinhado traço da palavra
que respiramos o odor solto do mel
Dançam esferas rubras um bailado de tons naturais...
O rosto carmim fala na razão do verso do poema.
Conhecemos uma paisagem quase volátil
de folhas verdes em simetria desordenada
que o sol veste quando o dia se espreguiça
na viagem ilimitada do tempo restante.
O chão pinta o desenho das sombras.
O ar de vento abre-se ao coração dos melros...
Regressamos ao olhar no sonho escondido.
Os frutos tocam macios e mornos na ponta dos dedos,
a escorregar da mão como num sorriso, breve.
Azul, o céu olha-nos e cobre-nos de bênçãos.
A ternura da voz ata os nomes no silêncio...
O gosto do dia guarda coincidências do que possível seja.
É maio, enlace de primavera
promessa de verão carmim, em esplendor.
É tempo de cereja...


M.MANUELA CALDEIRA .V.2017

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