FOTÓGRAFO
DE GUERRA
Tu,
que no escaldante
rebentar
das bombas
fotografas
os olhos
da
morte,
E
o trio da destruição:
metralhadoras,
mísseis, snipers,
E
os catraios a deambularem
Desamparados
e em farrapos,
À
procura
do
que já não existe,
E
o silêncio da dor restante
depois
de todos os sonhos,
E
o vazio parido
nos
escombros
Tu
no fim do dia,
no
momento exacto
em
que o sol cai no horizonte,
és
capaz ainda
de
tirar do teu velho violão
uma
canção sentida
a
lembrar
que
amanhã
é
um novo dia.
Maria Olinda Sol
Lido por Agostinho Costa
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