quinta-feira, 1 de junho de 2017

FOTÓGRAFO DE GUERRA


FOTÓGRAFO DE GUERRA

Tu, que no escaldante
rebentar das bombas
fotografas os olhos
da morte,
E o trio da destruição:
metralhadoras, mísseis, snipers,
E os catraios a deambularem
Desamparados e em farrapos,
À procura
do que já não existe,
E o silêncio da dor restante
depois de todos os sonhos,
E o vazio parido
nos escombros
Tu no fim do dia,
no momento exacto
em que o sol cai no horizonte,
és capaz ainda
de tirar do teu velho violão
uma canção sentida
a lembrar
que amanhã
é um novo dia.

Maria Olinda Sol

Lido por Agostinho Costa

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