quinta-feira, 1 de junho de 2017

DESVIO


DESVIO

Realizo-me no inelutável desvio
Na fatal distorção do seguir em frente,
Na doce voragem das acrobacias no vazio,
Rumando com destinos de acidente

Preencho o espaço das quimeras
Com as inovações dos afluentes
Por pressentimentos das animadas esferas
Dos erros, em sortes mutantes

Morto... mas mil vezes ressuscitado
Em todos os descaminhos diferentes,
Da exploração dos ardis do meu itinerário ramificado

Finalmente, num arrepiante processo de emenda,
Com os sentidos num turbilhão amplificado,
Recolho elementos do caos para nova senda.


Noé Alves

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