quinta-feira, 30 de março de 2017

DA-ME


DA-ME

Dá-me um sorriso, simples e liberto
das dores putrefactas e da solidão
não me quero ver num sonho deserto
sem ter o estímulo da tua ilusão.

Dá-me um caminho, onde brilhe a luz
entre as asperezas da espessa neblina
desvenda-me a essência que te conduz
ao esboço imprevisto, do que te fascina.

Dá-me a frase mote, do belo poema
que vais escrevendo, dia após dia
exaltando ideias, na calma suprema
dessa liberdade presa à utopia.

Dá-me a volúpia de todas as ninfas
que habitam p'ra lá dos confins do céu
onde vão cair as estrelas vindas
do feto do tempo, que outrora morreu!

Dá-me a tua mão, ante o obscuro
e interminável pulsar latejante
leva-me além, p'ra lá do futuro
no cavalo alado do agora instante!

Kim Berlusa

in Viver nas Horas Mortas

Sem comentários:

Enviar um comentário