OLHOS D’ÁGUA
De águas turvas vão meus olhos
Como veleiro perdido na neblina.
Fossem...
De água pura e cristalina
Como as lágrimas que vão nos teus
E as nuvens que me escondem o sofrimento
Seriam de algodão
Tão doce e suave
Como a ternura dos teus olhos
Quando se fixam nos meus
Fossem...
Mas não são
De água pura e transparente
As lágrimas que vão nos meus
E se de repente
A água pura que vai nos teus,
brotar
De novo irei de madrugada
Beber à fonte sagrada
E por entre a neblina
Procurar o meu veleiro
Voltar a ser primeiro no teu olhar
Feito de água doce e cristalina.
Angelino Silva
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