quarta-feira, 26 de outubro de 2016

VARIEDADE DOS EFEITOS DO AMOR


VARIEDADE DOS EFEITOS DO AMOR

Nascemos para amar; a humanidade
Vai tarde ou cedo aos laços da ternura:
Tu és doce atractivo, ó formosura,
Que encanta, que seduz, que persuade:

Enleia-se por gosto a liberdade;
E depois que a paixão n'alma se apura,
Alguns então lhe chamam desventura,
Chamam-lhe alguns então felicidade:

Qual se abisma nas lôbregas tristezas,
Qual em suaves júbilos discorre.
Com esperanças mil na ideia acesas:

Amor ou desfalece, ou pára, ou corre;
E, segundo as diversas naturezas,
Um porfia, este esquece, aquele morre.

Manuel Barrosa Du Bocage
in “Amor é Poesia”

lido por Ana Maria Oliveira

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