SEUS
OLHOS
Seus
olhos — se eu sei pintar
O
que os meus olhos cegou —
Não
tinham luz de brilhar,
Era
chama de queimar;
E
o fogo que a ateou
Vivaz,
eterno, divino,
Como
facho do Destino.
Divino,
eterno! — e suave
Ao
mesmo tempo: mas grave
E
de tão fatal poder,
Que,
um só momento que a vi
Queimar
toda a alma senti...
Nem
ficou mais de meu ser,
Senão
a cinza em que ardi.
Almeida
Garrett, Folhos Caídas
in “Livro de marcadores Amar, Amar Perdidamente”
poemas
de escritores portugueses
lido
por Beatriz Maia
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